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Simulação da NASA Mostra Como as Emissões de Carbono Viajam Pelo Globo

Cientistas da NASA trouxeram à vida as flutuações invisíveis das emissões de carbono na atmosfera em uma simulação bastante nítida. O modelo computacional Year in the Life of Earth’s CO2 ('Um ano na vida do CO2 da Terra') é o primeiro a mostrar em detalhes como o dióxido de carbono se movimenta na atmosfera do planeta. 

O novo modelo mostra nitidamente que o carbono não é distribuído uniformemente pelo globo. O vento carrega para longe as grandes correntes de emissão que saem da América do Norte, Europa e Ásia, com grande parte indo para o Ártico. 

“Enquanto que a presença de dióxido de carbono possui consequências dramáticas, é fascinante ver como as fontes locais de emissões e sistemas meteorológicos produzem gradientes de sua concentração em uma escala regional. Simulações como esta, combinados com dados de observações, irão ajudar a nossa compreensão das emissões humanas de dióxido de carbono e os fluxos naturais em todo o globo”, disse Bill Putman, cientista chefe do projeto no Centro Goddard da NASA

Vias do Carbono 

Apesar da significância do CO2, muito pouco é conhecido sobre os caminhos que ele faz da fonte da emissão para a atmosfera ou para algum “sumidouro”, como os oceanos e florestas. 

O modelo do super computador, que retrata as emissões a partir de 2006, mostra as flutuações sazonais de carbono com as plantas absorvendo o CO2 na primavera e no verão. Com o outono, vem a diminuição da fotossíntese e subsequente acúmulo do carbono na atmosfera. Porém, apenas metade do CO2 emitido pelos combustíveis fósseis é absorvido por plantas e oceanos, enquanto que o restante permanece na atmosfera. 

O caso brasileiro 

No caso do Brasil, é possível perceber duas coisas importantes na simulação. Uma delas são as queimadas, na Amazônia, gerando grandes quantidades de emissões ao mesmo tempo que reduz a capacidade regional de sequestro de carbono por parte do processo de fotossíntese das plantas. 

Outra coisa é o movimento dos “rios flutuantes” na Amazônia, que batem nos Andes e acabam descendo para o sul do Brasil. Consegue perceber? Essas “correntes” vêm do leste e carregam grandes quantidades de umidade do norte, fazendo precipitar no sul. Ou seja, com o desmatamento, há uma diminuição dessa umidade, o que acaba refletindo nas chuvas do sul e sudeste do Brasil. Para os que acham que o problema do desmatamento da Amazônia é um problema muito distante, estão imensamente enganados. 

Aumento da temperatura 

Putman ainda salientou que, “embora essa mudança (sazonal) ser esperada, nós estamos observando maiores concentrações de dióxido de carbono se acumular na atmosfera a cada ano, contribuindo para a tendência a longo prazo de aumento das temperaturas globais.” 

Os níveis de CO2 vem aumentando na nossa atmosfera, desde a revolução industrial. Na primeira metade de 2014, os níveis de CO2 na atmosfera ultrapassou 400 partes por milhão, pela primeira vez na história moderna; um momento simbólico destacando que a nossa dependência de combustíveis fósseis está fora de controle. 

A modelagem de dados da NASA será usada para ajudar os cientistas a prever melhor as condições climáticas futuras. O projeto será combinado com observações de satélites, como do Orbiting Carbon Observatory-2 da NASA, lançado em julho, para traçar os níveis atmosféricos de CO2.

Fonte(s): Elemental SoluçõesDesmog

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