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10 Coisas Que Você Precisa Saber Sobre Pegada de Carbono

As pegadas ambientais são ferramentas de avaliação que estão se tornando cada vez mais conhecidas e utilizadas. 

Elas medem o quanto determinado objeto impacta ao meio ambiente, e têm desempenhado importante papel para o desenvolvimento sustentável. 

Existem diferentes abordagens como a Pegada Hídrica e a Pegada Ecológica, mas a mais utilizada é a Pegada de Carbono

Por isso, listamos 10 informações muito importantes para que você conheça melhor essa metodologia. 

1. A Pegada de Carbono mede o potencial de aquecimento global. 

Grande parte das atividades humanas emitem, em maior ou menor grau, substâncias que conhecemos como gases de efeito estufa (GEE). Quando são emitidos em quantidade superior à possibilidade de absorção do nosso planeta, estes gases ficam depositados em nossa atmosfera, formando uma espécie de barreira que acaba por potencializar um efeito natural de aquecimento da Terra. Esta barreira retém a radiação solar na atmosfera (diminuindo sua dissipação), e por conta deste efeito a temperatura do planeta aumenta. Este desequilíbrio térmico causa mudanças no clima e consequentemente gera impactos ambientais como o derretimento das calotas polares, desertificações e outras alterações no regime climático. 

2. A Pegada de Carbono mede a quantidade total de emissões de gases de efeito estufa, causadas diretamente e indiretamente por uma pessoa, organização, evento ou produto. 

No caso de produtos, essa quantificação leva em consideração todo o ciclo de vida do mesmo. Os valores são utilizados como indicadores, representando a quantidade de impactos gerados para o aquecimento global. Isto permite que a parte interessada acompanhe e desenvolva ações para a sua redução. 

3. A Pegada de Carbono converte todos os GEE para um mesmo indicador, em massa de CO2 equivalente emitido, com base no Potencial de Aquecimento Global de cada gás. 

O Potencial de Aquecimento Global (PAG) é medido com base na capacidade que cada gás apresenta de absorver raios infravermelhos, através do mecanismo de forçamento radioativo. Estes valores são divulgados e atualizados pelo IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), corpo internacional de especialistas sobre mudanças climáticas. Deste modo, torna-se mais fácil entendermos os melhores caminhos, opções e alternativas para a diminuição de nossas pegadas.

4. Os principais Gases de Efeito Estufa são o Óxido Nitroso (N2O), o Metano (CH4) e o Dióxido de Carbono (CO2). 

Cada um dos GEE possui diferentes potenciais para aquecer a atmosfera. Por exemplo, o metano é aproximadamente 25 vezes mais impactante que o dióxido de carbono. Assim, cada kg de CH4 emitido é o mesmo que 25 kg de CO2. É por este motivo, por exemplo, que existem queimadores nos aterros sanitários: para oxidar o metano em dióxido de carbono e diminuir o impacto ao meio ambiente. 

5. Os Clorofluorcarbonetos (CFCs), antigamente usados como gás de compressão nos refrigeradores, apresentam Potencial de Aquecimento Global de 7100 kg de CO2 equivalente. 

Isso quer dizer que emitir 1 kg de CFC-12 é o equivalente ao impacto de produzir 5770 litros de leite. Felizmente, embora apresentem muito mais potencial de aquecimento, já estão muito mais controlados (outros gases com alto PAG são o Hidrofluorcarbonetos, Perfluorcarbonetos e Hexafluoreto de Enxofre). 

6. O Potencial de Aquecimento Global é a categoria de impacto ambiental que gera maior interesse na sociedade. 

Esse tipo de impacto ambiental possui grande apelo na mídia e na sociedade, muito por conta das consequências ambientais atribuídas à elevação da temperatura em nossa atmosfera. Não por acaso, as pegadas de carbono se tornaram uma meta recorrente de políticas ambientais e acordos setoriais, sendo o Protocolo de Kyoto o exemplo mais conhecido. 

7. Basicamente todas as ferramentas de medição de pegada de carbono utilizam o modelo de caracterização criado pelo IPCC. 

Esse modelo de caracterização através do Potencial de Aquecimento Global é bem aceito pela comunidade científica e também de fácil entendimento para os tomadores de decisão, o que permite as mesmas bases e parâmetros de comparação. 

8. As iniciativas de diminuição da pegada de carbono são relativamente simples. 

Um dos instrumentos mais utilizados pelas empresas que buscam a neutralização das suas emissões tem sido, por exemplo, o plantio de árvores nativas. 

9. O aquecimento global não é o único impacto que causamos por conta de nossas atividades. 

Como já foi dito, é importante analisarmos os impactos ambientais sob diferentes pontos de vista. Muitas vezes, ações para redução de impactos para mudanças climáticas podem aumentar outros impactos também importantes, como a redução da camada de ozônio. Portanto, dizer que a pegada de carbono é um indicador de sustentabilidade nem sempre pode ser considerado correto. 

10. A ISO publicou a norma referente a Pegada de Carbono de produtos. 

A norma é a ISO TS 14067:2013, que trata dos requerimentos e orientações para a quantificação e comunicação dos valores de pegada de carbono. Ela se baseia nos princípios da Análise do Ciclo de Vida (ISO 14040 e ISO 14044) para a quantificação e nos princípios de rótulos e declarações ambientais (ISO 14020, ISO 14024 e ISO 14025) para a comunicação.

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Uma pegada é uma marca que deixamos ao passar por algum lugar… Qual o tamanho da pegada que vamos deixar para as futuras gerações é a grande questão que vem sendo amplamente discutida. Embora não possamos considerar unicamente esta prática para garantir a sustentabilidade, sem dúvidas é um passo importante para a mudança de pensamento que precisamos. 

É possível estimar a sua pegada de carbono através de websites que disponibilizam calculadoras deste impacto ambiental [clique aqui e calcule a sua pegada de carbono]. Para a avaliação da pegada de carbono de produtos, serviços ou eventos, é necessária consultoria especializada na área, para que sejam contabilizadas todas as emissões de GEE ao longo de todo o ciclo de vida.

Por: Guilherme Zanghelini (EnCiclo).

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