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O Ponto da Virada

Ao contrário do que estamos habituados a pensar, nossa maneira de ser e agir não é algo orientado unicamente por nossos genes. Sofremos uma influência extrema do meio em que vivemos e da personalidade e do comportamento das pessoas que nos cercam.

Em grande parte, é graças a isso, segundo Malcolm Gladwell, que se propagam os fenômenos que ele chama de epidemias sociais. O Ponto da Virada, explica o autor, é justamente o momento em que pequenas mudanças entram em ebulição, fazendo com que a trajetória de uma tendência ou de um comportamento dê uma guinada e se alastre. Ou se acabe.

Desempenhando um papel essencial nessas epidemias estão três tipos interessantes: os Experts − indivíduos que atuam como "bancos de dados", fornecendo a mensagem −, os Comunicadores − ou "cola social", aqueles que espalham a informação − e os Vendedores − pessoas capazes de nos convencer quando não acreditamos no que estamos ouvindo.

Gladwell nos apresenta ainda a outros dois elementos fundamentais nesse processo. Um deles é o Fator de Fixação − aquilo que evita que a mensagem entre por um ouvido e saia pelo outro, garantindo a assimilação de uma mudança ou inovação. O segundo é o Poder do Contexto − as fortes influências que o tempo e o ambiente exercem sobre nós.

O objetivo de toda essa reflexão, afirma o autor, é, em suma, responder a duas perguntas: "Por que alguns comportamentos, produtos e idéias deflagram epidemias e outros não? E o que podemos fazer intencionalmente para desencadear e controlar as nossas próprias epidemias positivas?"

Gladwell responde às duas questões dizendo basicamente o seguinte: o mundo, por mais que queiramos, não corresponde àquilo que a nossa intuição nos diz. As pessoas que têm sucesso na criação de uma epidemia social testam sua forma de ver as coisas e a adaptam para que a inovação possa ser assimilada e disseminada.

"Quando procuramos fazer com que uma ideia, uma atitude ou um produto alcance o Ponto da Virada, estamos tentando mudar o nosso público em algum aspecto, pequeno porém crítico: pretendemos contaminá-lo, arrebatá-lo com nossa epidemia, fazer com que passe da hostilidade para a aceitação", conclui ele.


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