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Percepção Ecológica: Uma Visão 'Sustentabilista' Para a Perenidade da Vida

Da instalação da primeira fábrica na Grã-Bretanha em 1721 - marcando o início da industrialização no mundo - à instituição da Lei do Ar Puro na década de 1950 a sociedade percebeu que os altos ganhos e benefícios financeiros trazidos pelo desenvolvimento da mecanização para manufatura não compensavam a deterioração do ambiente e da saúde humana - mesmo ignorando tal fato por décadas a fio.

O homem, já prevendo as causas do crescimento da produção a todo vapor e da extração/exploração dos recursos naturais - para fornecimento de bens e serviços - e as consequentes alterações dos aspectos ambientais, começou a fazer a medição da temperatura média da Terra em 1885 e hoje compreende que se a intensificação dos gases do efeito estufa é DETERMINANTE ou NÃO para as mudanças no clima, pelo menos tem alguma influência nas intempéries globais e acabou modificando a composição da atmosfera que estava relativamente estável no últimos 10 mil anos.

Curiosamente, a norma aprovada pelo Parlamento Inglês em 1956 visava manter o controle ou diminuir os níveis de emissões dos gases poluentes pela queima do carvão - que havia provocado em 1952 a morte de milhares de pessoas por intoxicação ou doenças respiratórias - foi uma iniciativa legal pioneira a partir de um país desenvolvido no que tange aos problemas que prejudicam o meio ambiente. Com o passar do tempo - de 1970 em diante -, a mudança de comportamento e a percepção ecológica da população dos chamados "países de primeiro mundo" passaram a ser fatores-chave para a conservação ambiental e surgimento do ambientalismo e de políticas governamentais específicas.

Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a consciência coletiva parece limitada às pautas jornalísticas sobre o 'calor excessivo' ou a 'escassez de água'; 'desperdício' ou 'racionamento', porém continuando a tocar a vida com a esperança de que tudo vai passar e mantendo hábitos que não contribuem com a gestão de resíduos sólidos ou com a proteção dos mananciais, por exemplos. Por isso é fundamental que a coletividade assimile e pratique diariamente a educação ambiental a fim de que a longo prazo acarrete mudanças de velhos paradigmas exploratórios que ainda perduram: depredação de bens naturais abundantes até torná-los finitos; excesso de produtivismo, excesso de consumismo.

Enquanto humanidade, deveríamos ser menos [ou jamais sermos]  partidaristas apaixonados, parar de seguir cegamente utopias que ligam nada a lugar nenhum e adotarmos uma postura guiada por um pensamento 'sustentabilista': sermos ambientalmente corretos e respeitosos, socialmente justos e solidários e trabalharmos por um desenvolvimento economicamente viável, próspero e sustentável. Agir com dureza e eliminar o vírus corruptor que reduz oportunidades e aumenta as desigualdades. A depender da mentalidade e da cooperação de cada um, nossas ações e responsabilidades poderão ter efeitos significativos no futuro. É uma questão cultural.

A Natureza não é algo intocável ou exoticamente reverente, é uma fonte de recursos que nos provê a existência e temos a obrigação de usufruir com moderação e também conservá-la. É essa a decisão ideal a ser tomada por todos, se realmente entendermos que o retrocesso ou a evolução é uma questão de escolha. Creio que seja hora de desacelerar a engrenagem da Máquina - tradicionalmente movida  a carvão e ouro negro - e mirarmos nas alternativas energéticas renováveis.

Por: Gustavo Nobio. Sustentabilista, comunicador ambiental, articulista e administrador de conteúdo da mídia online #SenhorEco. Técnico em Meio Ambiente pela FUNCEFET (RJ).
   

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