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A Cooperação Ambiental Brasil-EUA

Clima 

Em uma declaração conjunta sobre mudanças climáticas divulgada em 30/06/2015 durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, o Brasil se comprometeu implementar políticas para eliminar o desmatamento ilegal. O país anunciou também que pretende que sua matriz energética (incluindo biocombustíveis) atinja em 2030 uma participação de 28% a 33% de fontes renováveis, sem contar a geração hidráulica. 

A mudança climática vem sendo tratada como um dos principais temas da visita da presidente aos EUA. De acordo com o documento, divulgado durante reunião de trabalho entre Dilma e o presidente Barack Obama, os dois países disseram que pretendem atingir, individualmente, mais de 20% de participação de fontes renováveis, além da geração hidráulica, em suas respectivas matrizes elétricas até 2030. Em 2012, ultimo ano com dados disponíveis, essa participação era de 12,9% nos EUA e 7,8% no Brasil, sem contar as hidrelétricas. 

O Brasil também promete restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. A meta de restauração, no entanto, é inferior ao total de áreas que devem ser recuperadas, de acordo com o Código Florestal

Em artigo publicado na revista Science em 2014, pesquisadores afirmaram que o "passivo ambiental" do país – total de áreas ilegalmente desmatadas que precisam ser recuperadas – soma 21 milhões de hectares. 

Não está claro como a meta de recuperação anunciada no acordo com os EUA se relaciona com a previsão do Código Florestal. Os presidentes lançaram ainda uma iniciativa conjunta sobre mudança climática, com um grupo de trabalho para ampliar a cooperação bilateral sobre uso da terra e energia limpa.

Emissões de carbono 

Os Estados Unidos pressionavam o Brasil a incluir no acordo metas de redução de suas emissões de carbono. O governo americano já havia incluído o item em acordos com outros países, como a China. O Brasil, porém, preferiu anunciar suas metas mais à frente. 

Na próxima cúpula do clima em Paris, em dezembro [2015], espera-se que os países anunciem objetivos globais para a redução das emissões de carbono para frear o aquecimento global. 

Ao fechar acertos com outros países antes da conferência, Obama tenta chegar a Paris fortalecido para as negociações. Ele diz que uma das prioridades de sua política externa é conseguir um acordo forte em Paris

O Brasil, no entanto, reluta em se antecipar à cúpula do clima e se articula com outros países emergentes para a negociação em Paris. Em 28/06/2015, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, se reuniu em Nova York com representantes da China, da Índia e da África do Sul para discutir suas posições. 

Ao fim do encontro, ela disse que os quatro países – membros do bloco BASIC, formado em 2009, pouco antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – levarão a Paris discussões sobre os custos da transição para uma economia menos poluente. Tradicionalmente, países emergentes cobram o apoio financeiro de nações ricas para alterar suas matrizes energéticas. 

Por: João Fellet e Alessandra Corrêa (BBC Brasil).

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