Translate / Traduzir

Casa Azul-Turquesa, Nº 1 (Manifesto Pela Conservação do Planeta)

No ano de 1961 o então cosmonauta soviético Yuri Gagarin (1934-1968), a bordo da nave Vostok 1, chegando ao espaço e avistando a atmosfera do nosso planeta cobrindo longas distâncias de mares e continentes expressou impressionado: "A Terra é azul". Foi a primeira vez que um homem conseguiu tal feito! O fascínio do viajante espacial traduz a existência da vida em um ambiente ímpar no universo que é o globo terrestre [ou ainda não se tem notícia de outro planeta que abrigue uma rica gama de biodiversidade e se houver, talvez seja num padrão completamente diferente].

A perenidade da espécie humana só é possível graças às ideais condições de sobrevivência que proporcionam as enormes quantidades de oxigênio lançadas na atmosfera pelas florestas e pelas algas e fitoplânctons dos oceanos através do processo de fotossíntese. 

Dependentes que somos da luz solar, da troca gasosa que fazemos com a natureza e da umidade, o simples fato de respirarmos deveria nos conscientizar de que a poluição, de uma maneira geral, está diretamente ligada às frenéticas atividades antrópicas - responsáveis pela maior parte das alterações atmosféricas atualmente.

Diante das contínuas e crescentes ameaças poluentes à sua pujança e verdor, nossa casa planetária azul-turquesa já nos faz sentir os efeitos da má conservação: intensificação dos gases do efeito estufa, aquecimento global, mudanças climáticas, acidificação dos mares e oceanos, derretimento das calotas polares, desmatamento, modificação do regime de chuvas, estiagem, crise hídrica e segurança alimentar em risco.

Tendo uma capacidade limitada para absorver e depurar as emissões procedentes da superfície terrestre, o reservatório de gases e partículas que é a atmosfera manda de volta após um determinado período o material acumulado para a superfície que habitamos [material gerado a partir da queima dos combustíveis fósseis que produzem subprodutos nocivos à saúde].

A realidade é perturbadora e o momento que estamos vivendo é de alerta vermelho, pois não é mais possível ficar inerte assistindo aos fatos noticiados pela TV como se fossem um filme prenunciando o dia depois de amanhã. Vamos agir agora, soluções são urgentes. Hoje, a preocupação de alguns com os desastres ambientais e as degradações do meio físico - que trazem imensos prejuízos socioeconômicos - passará a ser engajamento da sociedade como um todo, seja influenciando e sensibilizando outras pessoas ou pela pressão de obrigações legais.

O calor dos tempos atuais cobra o dever de todos nós adotarmos práticas mais sustentáveis e orientar/educar aqueles  que carecem de informação, já que todo mundo poderá ser afetado (uns mais, outros menos) por fenômenos adversos do clima - que atingem com maior efeito quem vive em situação de vulnerabilidade (pobres e miseráveis). Obstáculos que tornam difíceis a mudança de pensamento e atitude, de fato, existem; por isso é necessário plantar a utopia de um mundo menos pior esclarecendo sobre os reais problemas que nos afligem e estimular a adoção de posturas ecologicamente responsáveis que traga resultados positivos.

De acordo com uma pesquisa realizada pela United Nations University (Canadá), o aquecimento global aumenta a proliferação de mosquitos, como o 'Aedes aegypti', vetor do vírus da Dengue, Chikungunya e Zika. Comum nos trópicos, o inseto conseguirá se aclimatar em regiões de temperaturas baixas como a Europa em razão das mudanças climáticas.

Sendo assim, o homem tem a responsabilidade de tomar todos os cuidados para não sobrecarregar o mecanismo natural de limpeza da atmosfera a fim de evitar que a qualidade de vida na Terra não seja comprometida, evitando então a extinção da raça humana.


Por: Gustavo Nobio. O autor é técnico em Meio Ambiente formado pela FUNCEFET (RJ) e voluntarioso promotor da Sustentabilidade; articulista, comunicador ambiental e fundador do site SenhorEco.org.
  

0 comentários:

Postar um comentário