A descoberta de novas espécies de peixes sob recifes de corais profundos do sul do Caribe permitiu aos cientistas detectar um novo ecossistema marítimo batizado como "zona rarifótica", segundo revela um estudo publicado no dia 20/03/2018 pela revista Nature [Below the Mesophotic].
A pesquisa, desenvolvida pelo Smithsonian Institution (EUA), permitiu aos especialistas observar a vida marinha muito abaixo dos recifes de corais pouco profundos da Ilha de Curaçao.
A "zona rarifótica" está localizada a uma profundidade de entre 130 e 309 metros, logo abaixo da já conhecida "zona mesofótica", e foi descoberta graças aos dados obtidos por um submarino tripulado por "exploradores Smithsonians", explicam os autores em um comunicado.
Alguns cientistas estão há tempos perguntando se os recifes profundos, conhecidos também como "recifes de coral da zona de penumbra", servem como refúgio para os organismos de recifes mais superficiais que buscam se proteger do aquecimento da água ou escapar da deterioração de seus ecossistemas.
Ao tratar de abordar estas questões, os especialistas do Instituto Smithsonian constataram que "só uma fração" desse espaço situado abaixo do "mesofótico", chave para entender a biodiversidade dos recifes, foi analisada em detalhes até agora.
"Esse fato é compreensível para áreas que estão a milhares de milhas da costa e à grande profundidade. Mas os recifes profundos tropicais estão logo abaixo dos populares e muito estudados recifes superficiais", aponta Carole Baldwin, principal autora do trabalho e diretora do Projeto de Observação de Recifes Profundos Smithsonian (DROP, por sua sigla em inglês).
"Confiamos - acrescenta - que ao identificar a zona rarifótica de recife profundo, insistamos na necessidade de continuar explorando recifes profundos".
Os especialistas definiram esta nova zona a partir da observação de cerca de 4,5 mil peixes representativos de 71 espécies durante aproximadamente 80 imersões do submarino tripulado "Curasub", até profundidades de 309 metros.
A maioria dos peixes e invertebrados do rarifótico, destacam, não só se assemelham aos dos recifes superficiais, senão também são parentes deles, ao invés de terem parentesco com organismos que habitam as profundidades oceânicas, os quais, lembram, pertencem a um ramo evolutivo muito diferente.
"Cerca de um em cada cinco peixes que encontramos na zona rarifótica pertence a uma outra espécie. Por enquanto, o meu favorito é o Haptoclinus dropi", celebra Ross Robertson, coautor do estudo.
Fonte: Agência EFE.
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