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RJ Pode Economizar R$ 156 Milhões em Tratamento de Água Com Restauração de Florestas

Estudo indica que estação do Guandu reduziria gastos com produtos químicos e energia para tratamento da água. 

Um estudo apresentado em 13/12/2018 mostra que a Estação de Tratamento de Água Guandu, responsável pelo abastecimento de 92% da região metropolitana do Rio de Janeiro, pode reduzir substancialmente seus gastos se investir em restauração florestal. Plantar florestas pode resultar numa economia de R$ 156 milhões em 30 anos. 

O estudo Infraestrutura Natural para Água no Sistema Guandu, no Rio de Janeiro indica que se produtores rurais, empresas, o estado e a Cedae incentivarem o plantio de florestas em 3 mil hectares em áreas altamente degradadas – o que representa 1,4% da bacia –, a quantidade de terra, sujeira e sedimentos que chega aos rios reduziria em 33%, de maneira que a ETA Guandu deixaria de usar 4 milhões de toneladas de produtos químicos e 260 mil MWh em energia. 

— A floresta sempre forneceu muitos serviços ambientais. Ela tem a capacidade de manter a regulação climática, a qualidade da água, o ciclo hidrológico, ou seja, quando não existe a floresta, a água da chuva escorre suja e muito pouco se absorve por causa da lama. O verde serve como filtro da água, para que a chuva chegue à ETA "lavada" — explicou o coordenador do projeto, Rafael Feltran-Barbieri. 

A ETA Guandu trata 3,7 bilhões de litros de água por dia, o equivalente a 1.500 piscinas olímpicas por dia. Porém, devido a falhas no sistema e desvios, de cada 10 litros de água tratados, quatro se perdem, ou seja, a região metropolitana do Rio perde cerca de 375 piscinas olímpicas por dia, na avaliação de Barbieri

Ainda segundo o estudo, a restauração de 3.000 hectares de pastagens degradadas pouparia o uso de 4 milhões de toneladas de produtos químicos (Por dia são utilizados 140 toneladas de sulfato de alumínio), e 260 mil MWh (Megawatt hora), o que daria para gerar energia a uma cidade de 138 mil habitantes em um ano. Em 30 anos, um benefício de R$ 260 milhões se não contar com o investimento de cerca de R$ 103 milhões para o reflorestamento. 

O coordenador do estudo considera a infraestrutura natural complementar às estruturas convencionais. 

— Não é uma competição. A ETA e os reservatórios são fundamentais e necessários. Afinal, a demanda de água diária é muito alta e a floresta jamais seria capaz de prover essa quantidade gigantesca de água por dia — salienta. 

O estudo, apresentado no Museu do Amanhã, foi produzido pelo WRI Brasil, Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e The Nature Conservancy (TNC), e contou com apoio de Fundação FEMSA, União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), Instituto BioAtlântica (IBio) e Natural Capital Coalition.

Por: Giselle Ouchana (O Globo).

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