A tecnologia promete ser uma solução para retirar os poluentes mais resistentes da terra.
Um novo produto promete remover permanentemente os bifenilos policlorados (também conhecidos como PCB's) do rio Hudson, em Nova Iorque (EUA). Trata-se de uma solução para limpar as águas de químicos perigosos desenvolvida pela empresa ecoSPEARS. A tecnologia acaba de receber dois milhões de dólares de investimento semente para ser colocada no mercado.
Ela promete ser uma solução para retirar as toxinas mais resistentes da água e do solo. Isso inclui os bifenilos policlorados, que foram desenvolvidos em 1929 e bastante utilizados em equipamentos elétricos, como transformadores e capacitores, além de tintas e óleos lubrificantes hidráulicos. Aliás, ainda é presente em equipamentos antigos, apesar de ter sido proibido no final dos anos de 1970 nos Estados Unidos e início dos anos de 1980 no Brasil.
O problema
Descobriu-se que os PCB's eram grandes contaminantes do ar, água, solo, plantas, alimentos, além de afetar animais e seres humanos. Mesmo após a proibição, eles ainda são um problema. "O dano irreversível foi feito. Os PCB's não são apenas persistentes na água e na terra, mas também são solúveis em gordura, o que significa que podem durar décadas nos tecidos adiposos dos organismos vivos", afirma a companhia.
A contaminação por PCB's tem sido associada ao câncer humano, além de disfunção hepática, distúrbios digestivos, dores de cabeça, náusea e fadiga. Os PCB's também podem afetar os sistemas respiratório, imunológico e nervoso e causar uma variedade de distúrbios reprodutivos, incluindo esterilidade masculina, anormalidades de desenvolvimento, distúrbios de aprendizado e defeitos congênitos.
A solução
Até agora, a única maneira de remover contaminantes de PCB's de cursos de água era dragar – um meio de remediação caro e incrivelmente invasivo. Durante as operações de dragagem, os níveis de PCB's na água são frequentemente elevados. Além disso, o solo dragado é depositado em aterros onde os contaminantes podem escoar e poluir o meio ambiente.
"Nossa tecnologia remove-os por uma fração do custo da dragagem e sem perturbar o ecossistema aquático e a comunidade local – é um verdadeiro avanço ambiental", afirma R. Ian Doromal, vice-presidente da ecoSPEARS. O produto é capaz de retirar os sedimentos e ainda destruir os produtos químicos nocivos
Para o CEO da empresa, Serg Albino, trata-se primeiramente de uma questão pessoal. "Eu cresci na mesma rua do rio Hudson. Quando soube da epidemia de PCB no rio e dos ineficazes esforços de dragagem, sabia que algo precisava ser feito", diz. "Como um nova-iorquino, não posso ficar ocioso e ver um problema de toxina de quase 100 anos continuar a destruir a saúde das pessoas em minha cidade natal e comunidades em todo o mundo".
Durante seu tempo como engenheiro da NASA, Albino trabalhou com o doutor Jackie Quinn, engenheiro ambiental da NASA; doutor Robert Devor; e o doutor Phil Maloney, todos são co-inventores da tecnologia.
A tecnologia da NASA
A história do ecoSPEARS começou em 2012 no Centro Espacial Kennedy da NASA, onde uma equipe de cientistas ambientais da NASA inventou o Sorbent Polymer Extraction Remediation System (SPEARS), uma solução para extrair PCB's de vias navegáveis contaminadas. Em 2017, a NASA concedeu à ecoSPEARS a licença exclusiva para sua tecnologia patenteada.
A ecoSPEARS projetou e desenvolveu subsequentemente a tecnologia SPEARS para limpar as vias navegáveis contaminadas, mas também inventou outras soluções econômicas e ecológicas para extrair PCB's, PBDE, DDT, PAH's, dioxinas e outros poluentes orgânicos persistentes (POP's) de solo contaminado, sedimentos e águas subterrâneas. Uma vez que eles são extraídos, o ecoSPEARS usa um processo químico verde para destruir os produtos químicos tóxicos para sempre.
Por: Marcia Sousa (Ciclo Vivo).
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