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Desorganização do Padrão de Chuvas

Ruas tomadas pelo Rio Iguaçu, em Nova Iguaçu (RJ). Foto: Custódio Coimbra.
Um novo efeito do aquecimento global pode ser incluído na já grande lista de prejuízos ao planeta causados pelo fenômeno.

Trata-se de uma alteração no padrão de chuvas ocorridas na Terra, fazendo com que áreas secas registrem menos precipitações e tornem-se ainda mais áridas e que áreas propensas a inundações recebam ainda mais água.

Segundo um estudo conduzido por cientistas do Lawrence Livermore National Laboratory, na Califórnia, nos Estados Unidos, a mudança tem relação apenas com a atividade humana e não estaria ocorrendo devido a causas naturais.

O estudo é destaque no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os pesquisadores dizem que as emissões de gases nocivos à atmosfera afetam a distribuição das chuvas de duas formas: tornando, pelo aumento da temperatura, mais extremas as condições de áreas secas e bem irrigadas; e alterando padrões de circulação atmosférica que empurram tempestades e zonas de clima subtropical árido rumo aos polos do planeta.

Culpa do homem

Para chegar à conclusão, o time liderado pela pesquisadora Céline Bonfils, que assina o estudo, comparou modelos de previsão climática com dados do Global Precipitation Climatology Project (em período abrangendo de 1979 a 2012), permitindo garantir que variáveis climáticas naturais como os fenômenos El Niño e La Niña não exercem influência sobre essa desorganização do padrão de chuvas no mundo.

"A combinação de gases que acarretam em efeito estufa e a destruição da camada de ozônio em nossa atmosfera são as prováveis causas da intensificação de chuvas e sua redistribuição no planeta", diz Céline na divulgação do estudo.

"O fato de identificarmos em nossas observações a atuação simultânea desses dois agentes é uma forte evidência de que o homem está alterando o padrão global de chuvas", alerta.

Bairro do Queens (NY). Foto: Mario Tama/Getty Images/AFP.
Vista aérea mostra devastação causada pela supertempestade Sandy em área residencial do Queens, bairro de Nova York, na costa leste dos Estados Unidos, em outubro de 2012. Apesar da forte tempestade não ter ligação direta com o aquecimento global, pesquisadores afirmam que as inundações e os estragos têm ligação direta com o fenômeno. 

Por causa da elevação do nível do mar, enchentes como a do Sandy são duas vezes mais prováveis em comparação com 1950. As catástrofes naturais e as provocadas pelo homem custaram US$ 186 bilhões ao mundo em 2012 (cerca de R$ 376,5 bilhões), o terceiro maior prejuízo da história, segundo estudo da Swiss Re. A passagem do furacão Sandy foi a que mais causou prejuízo.

Fonte: UOL.

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