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O Germaneno

Novas promessas 

Foi confirmada a estabilização de um novo nanomaterial, o “germaneno”, primo caçula do grafeno e que promete ainda mais prodígios. 

Considerado uma forma alotrópica sintética do germânio, elemento do mesmo grupo do carbono na classificação periódica, o germaneno pode ser comparado ao grafeno em sua constituição. 

Basta imaginar uma tela formada por hexágonos interligados, considerando cada nó dessa rede um átomo de germânio. Por essa razão, cada estrutura dessas tem a espessura equivalente a do diâmetro de um átomo. 

O material é criado em alto vácuo e em altas temperaturas pela deposição de uma camada de átomos de germânio sobre um filme constituído principalmente por lâminas de ouro, originando estruturas cristalinas bidimensionais incomuns, dotadas de propriedades eletrônicas inovadoras. 

Nascido dos esforços do grupo de cientistas liderados por Guy Le Lay, da Universidade de Aix-Marseille, a publicação de um artigo especial no New Journal of Physics dando notícia de sua criação abre novos capítulos na nanotecnologia, principalmente no que tange às aplicações em dispositivos semicondutores e no desenvolvimento de novos materiais – mais resistentes ainda que as fibras de carbono e muito mais versáteis. 

A técnica utilizada pela equipe coordenada por Le Lay fundamenta-se na deposição de filmes de um único átomo de espessura, em um substrato ordenado bidimensionalmente através de epitaxia de feixe molecular, sobre uma superfície de ouro formando uma estrutura também cristalina que foi confirmada por microscopia de varredura de tunelamento (STM), revelando uma estrutura que lembra um favo de mel quase plano. 

Novas confirmações foram obtidas por medição espectroscópica e cálculos da teoria funcional da densidade. 

Novidades no horizonte 

Pela qualidade tanto do desenvolvimento quanto dos filmes obtidos aventa-se a possibilidade do germaneno vir a substituir o grafeno ou, num futuro próximo, oferecer mais uma alternativa industrial para a geração de materiais híbridos. 

A pesquisa está ainda no começo, mas promete aplicações revolucionárias, tanto na eletrônica quanto no desenvolvimento de novos materiais ópticos sem contar a grande oportunidade de abrir novos campos na pesquisa pura, como por exemplo, testar as propriedades dos férmions de Dirac.


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