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A Sustentabilidade Compensa

Uma revisão de mais de 190 estudos acadêmicos, relatórios setoriais, levantamentos feitos pela mídia e livros sobre a influência de práticas mais sustentáveis no desempenho das empresas concluiu que a literatura tende a confirmar uma forte correlação entre esses dois fatores. Este balanço, From the Stockholder to the Stakeholder – How Sustainability can Drive Financial Outperformance ('Do Acionista à Parte Interessada – Como a Sustentabilidade pode levar a um Desempenho Financeiro Excelente'), foi publicado pela Smith School of Enterprise and the Environment, da Universidade de Oxford [Reino Unido], em parceria com a Arabesque, empresa de consultoria e gestão de ativos com foco em sustentabilidade baseada na Inglaterra. Ele foi coordenado por Gordon Clark, diretor da Smith SchoolAndreas Feiner, chefe da área de Aconselhamento e Pesquisa com Base nos Valores, da Arabesque; e Michael Viehs, pesquisador da Smith School

As principais conclusões do relatório são as seguintes: 

• 90% dos estudos sobre o custo do capital indicam que a adoção de padrões seguros de gestão da sustentabilidade reduzem esse ônus para as companhias; 

• 88% das pesquisas mostram uma sólida correlação entre as práticas voltadas para o meio ambiente, a sociedade e a governança com um melhor desempenho operacional por parte das empresas; 

• 80% dos estudos apontam que a evolução do preço das ações das empresas é influenciada positivamente por boas práticas na área de sustentabilidade; 

• Com base nos impactos econômicos, os investidores e administradores de empresas têm grande interesse em incorporar a visão da sustentabilidade aos processos de tomada de decisões; 

• A participação ativa dos acionistas permite que os investidores influenciem o comportamento das empresas e se beneficiem das melhorias nas práticas de negócios sustentáveis. 

As conclusões não são uma surpresa para quem acompanha o tema. Ao longo da última década, vários estudos ganharam destaque por demonstrar que os investimentos na gestão do meio ambiente, das questões sociais e da governança ampliam o valor empresarial. Dentre eles, merece menção um trabalho de 2011 da Harvard Business School que indicou que as empresas mais beneficiadas pela integração das políticas socioambientais a sua estratégia são aquelas que lidam diretamente com consumidores individuais, as que têm na sua marca e reputação um dos seus pilares fundamentais, e as que dependem de grandes volumes de recursos naturais. 

Outros exemplos nessa linha são os relatórios Capturing the Green Advantage for Consumer Companies, da consultoria The Boston Consulting Group, e Green Winners, da consultoria ATKearney, publicados em 2009, que demonstraram que as empresas focadas na sustentabilidade resistiram melhor à crise financeira global. No entanto, o esforço da Oxford University e da Arabesque ajuda a dar uma visão global do conhecimento já existente, ajudando a consolidá-lo, e por oferecer mais uma confirmação de que sustentabilidade é negócio.

Por: Regina Scharf. Jornalista especializada em Meio Ambiente.

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